Conviver com as dívidas faz parte da realidade de muitos brasileiros. Afinal, imprevistos, desemprego e até mesmo um pouco de descontrole financeiro acontecem, não é mesmo? Porém, é muito importante buscar alternativas para reverter esse cenário.

Sabemos que essa é uma situação delicada. Porém, o primeiro passo é mais simples do que se parece: basta tentar negociar dívidas. Por isso, confira nesse artigo as melhores dicas para quitar seus débitos! 

Esse conteúdo também está disponível na versão podcast. Aproveite a praticidade do áudio que preparamos para você. Para ouvir é só clicar no play!

A importância de ter o nome limpo

Como negociar dívidas | Eu Dou Conta

Em primeiro lugar, é preciso entender porque ter o nome limpo faz toda a diferença. Antes de tudo, se você não tem dívidas ou um histórico de dificuldades para quitar suas pendências financeiras, pode conseguir crédito de maneira mais rápida e fácil. Ou seja, com esse histórico de bom pagador, você tem acesso a financiamentos, empréstimos e a um cartão de crédito, por exemplo.

Ainda mais, outra vantagem é a tão sonhada liberdade financeira. Sem restrições em seu nome, você pode correr atrás de seus sonhos, como abrir um negócio próprio, ou conquistar a casa própria.

Além disso, você se livra do estresse financeiro. Quantas vezes você perdeu o sono por conta do acúmulo de dívidas? Tudo isso pode causar transtornos físicos e psicológicos. 

Quais são os principais tipos de dívidas?

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Confira agora alguns dos tipos de dívidas mais comuns.

Cheque especial

O cheque especial é uma espécie de crédito pré-aprovado de liberação automática. Em outras palavras, uma modalidade onde não é preciso fazer a solicitação do empréstimo. Sabe quando acaba o saldo da conta corrente, mas continua sendo possível usar o cartão de débito mais um pouquinho? Esse é o cheque especial.

Em um primeiro momento, pode parecer ótimo poder gastar mais dinheiro do que realmente se tem na conta sem nem, ao menos, precisar fazer um pedido formal de empréstimo. Porém, tudo tem um preço. Os juros do cheque especial são considerados bem altos, e atualmente estão em aproximadamente 13% ao mês.

Por isso, o ideal é ficar atento ao seu orçamento e planejar seus gastos dentro do limite da sua renda, para não precisar depender do cheque especial.

Financiamentos

Outra dívida bastante comum dos brasileiros é com parcelas de financiamentos, tanto imobiliários quanto de automóveis. Nos dois casos, como a garantia do crédito é o próprio bem (a casa ou o carro), as taxas de juros costumam ser mais baixas (até 3% ao mês, em média).

Entretanto, é preciso prestar atenção a alguns pontos. Geralmente, um financiamento imobiliário tem um longo prazo. Portanto, é preciso ficar atento ao valor das parcelas. Afinal, ninguém quer passar vários anos no aperto pagando o financiamento. Não esqueça, o financiamento imobiliário é um investimento. O segredo então é muito simples: planejamento.

Por outro lado, o financiamento de automóveis não é considerado um investimento, pois o carro já começa a se desvalorizar assim que sai da concessionária. Além disso, você tem que lidar  com os gastos de manutenção, combustível, etc. Por isso, muitos educadores financeiros pedem mais atenção a essa modalidade e indicam o consórcio como alternativa.

Cartão de crédito

Por um lado, se usado com cuidado e planejamento, o cartão de crédito pode ser uma ótima ferramenta financeira. O perigo aparece, na verdade, quando você começa a utilizar o crédito rotativo, o que acontece quando em vez de pagar a fatura inteira, você paga apenas o mínimo. Esse crédito acrescenta juros altíssimos sobre o valor que faltou. Então, se não puder pagar a fatura inteira, entre logo em contato com a operadora e negocie.

Dicas para negociar as dívidas

Quer aprender como retomar o controle das suas economias? Então, anote nossas dicas! 

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Assim que você tem uma dívida em atraso, corre o risco de ter o nome incluído na lista de inadimplentes do Serasa ou SPC. Entretanto, com um pouco de organização, você consegue encontrar a melhor maneira para limpar o seu nome. 

Avalie sua situação financeira

Essa é uma dica importante para qualquer momento, seja em um período de endividamento ou não. Primeiramente, coloque no papel ou em uma planilha o valor exato dos seus rendimentos. Em seguida, registre também o valor das suas dívidas em aberto.

Em resumo, o quanto você ganha e o quanto você gasta. Assim, você pode controlar melhor seus gastos e definir onde pode economizar, começando sempre pelos gastos mais desnecessários, para conseguir dinheiro para quitar as dívidas.

É claro que cortar despesas não é agradável, mas tente lembrar que essa é uma situação passageira. Ainda mais, essa organização vai ajudar com que você não acumule novas dívidas no futuro. 

Liste suas dívidas

Conhecendo sua situação, o próximo passo é separar suas dívidas. Então, considere tudo, empréstimos, financiamentos, contas de cartão de crédito e carnês. Tudo mesmo. Isso porque, antes de tentar a renegociação, é necessário saber o tamanho da dívida.

Aproveite para consultar também seu nome nos sites do Serasa, SPC e Boa Vista SCPC. Desse modo, você descobre se tem dívidas em cartório, ações na Justiça e até contas atrasadas.

Essa listagem ajudará tanto no cálculo do saldo devedor, quanto na apresentação de uma proposta para a quitação. 

Saiba o quanto você pode pagar

Esse é o momento de estabelecer o limite do quanto você pode pagar por mês para resolver suas pendências. Defina um valor limite para negociar e lembre-se sempre: não assuma uma quantia que você não conseguirá arcar. Seja realista e considere também possíveis imprevistos. Esse limite é ideal para garantir que as parcelas serão pagas com tranquilidade, sem impactar ainda mais a sua saúde financeira.

Com isso, é possível fazer uma proposta ao banco que funcione para ambos. Para contar com descontos, tente optar sempre pelo pagamento à vista. Por outro lado, se precisar parcelar, estabeleça um limite para o valor mensal que cabe no seu bolso. 

Priorize as dívidas com juros mais altos

Infelizmente, possuir mais de uma dívida é comum. Entretanto, nem sempre a dívida de maior valor é a mais cara. Na hora de decidir qual débito pagar primeiro priorize aqueles que contam com a maior taxa de juros, como as dívidas com bancos. Esse tipo de dívida é a maior causa de endividamento do brasileiro e, por isso, devem ser negociadas primeiro.

Depois, dê preferência as contas de consumo e financiamentos, em que o não pagamento pode causar a interrupção dos serviços e até a penhora de bens. 

Negocie as dívidas com o credor

Feito isso, é chegada a hora da negociação. Antes de tudo, pense nos argumentos que irá apresentar e leve todos os documentos que vão comprovar sua capacidade de pagamento. Aqui, vale montar uma lista de perguntas que você pode fazer antes de assinar a negociação. Por exemplo: 

  • Qual é o desconto caso o pagamento seja à vista?
  • Quais serão os juros caso opte pelo parcelamento?
  • Em quanto tempo a situação será regularizada?

Durante a conversa, proponha soluções e alternativas para o pagamento. Afinal, a negociação deve ser vantajosa para ambos. O banco irá apresentar uma proposta ou até mesmo uma contraproposta, mas lembre de não aceitar condições que não condizem à sua situação financeira.

Por fim, se você ficar com alguma dúvida, não decida por impulso. Discuta as condições de pagamento com a família e volte depois com uma contraproposta ou, se houver concordância, para assinar o contrato de negociação.

Também é possível fazer simulações de crédito para verificar se existem melhores opções para o pagamento das dívidas. Dessa maneira, se não houver chances de negociação com o credor original, é possível solicitar a transferência do débito para outra instituição financeira. É a chamada portabilidade de crédito. 

Fique atento aos juros

Uma das maiores vantagens da negociação de dívidas é que você consegue pagar os seus débitos com juros reduzidos. Então, quando receber a proposta, verifique e questione a taxa de juros cobrada. Essa informação é fundamental para identificar se o acordo será justo. 

Procure feirões de negociação

Muitos órgãos de proteção ao crédito, como o Serasa, e instituições financeiras promovem feirões anuais para facilitar o pagamento de dívidas. Nesses eventos, é possível negociar e contar com condições especiais.

Por isso, fique sempre de olho, vale a pena acompanhar o calendário de eventos pela internet. Na maioria dos casos, é possível conseguir condições melhores do que em uma tentativa isolada de negociação. 

Consiga uma renda extra

É possível que, mesmo com a redução dos gastos, ainda falte dinheiro para negociar as dívidas. Então, a opção é buscar renda extra. Para isso, algumas opções são vender itens que você não usa mais, algum tipo de bolo ou doce ou até mesmo algum serviço de consultoria em um assunto que você domina. Divulgue entre os amigos e conhecidos e, é claro, na internet.

Mantenha o controle das finanças

Por último, após negociar dívidas, utilize tudo o que você aprendeu para não cair de novo no endividamento. Para isso, tente manter uma planilha de rendimentos e gastos organizada e monte uma reserva de emergência. Assim, caso você tenha algum imprevisto, poderá usar essas economias em vez de voltar para a inadimplência.