A empresa está viva, e não funciona como um relógio de corda

No auge do fordismo e das linhas de montagem, donos de grandes companhias e conglomerados industriais diziam que empresas bem desenvolvidas funcionam como antigos relógios de corda: se alguma das engrenagens parasse de funcionar, era só substituí-la por uma nova e problema resolvido.

Apesar de a analogia ter sua validade (assim como os relógios, as fábricas e empresas não funcionam caso uma das peças esteja funcionando mal), a discussão sobre a importância das pessoas nas empresas ganhou perspectivas mais humanizadas e muito mais condizentes com a realidade do trabalho.

Como ilustrou Charlie Chaplin no filme “Tempos Modernos”, de 1936, colaboradores não são peças substituíveis ou engrenagens. Na verdade, são partes fundamentais de um organismo vivo que mantém as grandes empresas funcionando, produzindo, entregando, inovando e conquistando espaço. A interação entre colaboradores, lideranças e empresa se assemelha mais a uma sociedade ou uma relação de mutualismo, termos usados pelos biólogos para determinar as relações harmônicas ecológicas.

Na ecologia, a sociedade formada por organismos vivos consiste na relação entre indivíduos de um mesmo time que cooperam entre si. Enquanto o mutualismo é a relação de troca entre equipes diferentes, onde ambas se beneficiam, em nome da sobrevivência ou evolução. Para as empresas, o funcionamento é bem parecido: as relações de sociedade e mutualismo são essenciais para que a companhia permaneça viva e evolua.

Relações harmônicas e cada vez mais horizontais

Na natureza, existe hierarquia entre os grupos de indivíduos, que garante certa organização, mas a hierarquia não impede que a liderança reconheça a importância de todos os membros daquela comunidade. A função do líder é manter o grupo unido e proteger todos os membros. Olhando para as empresas, a época em que a liderança tomava as decisões e mantinha os colaboradores por fora dos resultados e direções da companhia está ficando no passado.

Cada vez mais, os colaboradores ganham consciência da importância do seu papel dentro de uma empresa. Cada vez mais, as pessoas querem se sentir incluídas no negócio, principalmente se a cultura da empresa valoriza o conhecido “senso de dono” – que só pode ser despertado genuinamente quando há transparência, compartilhamento de informações e comunicação entre a alta liderança e os demais colaboradores.

Neste novo cenário, é fundamental que o CEO esteja mais próximo de todos os trabalhadores (se não fisicamente, por meio de eventos e comunicações), o que também pode ser um grande desafio para as empresas com atuação nacional, como é o caso da Tenda. Entendendo que fazemos parte de um organismo vivo, existe a preocupação da prestação de contas para os colaboradores, mostrando os resultados financeiros de seu trabalho para a companhia e ouvindo suas considerações sobre como tais resultados foram atendidos, por exemplo.

Para que as relações entre a alta liderança e os colaboradores da Tenda continuem acontecendo de forma harmônica, com comunicação horizontal e transparente, temos algumas ações recorrentes, que foram adotadas em todo o Brasil e trazem resultados muito significativos, como o alto engajamento e motivação dos colaboradores, o sentimento de pertencimento, valorização e união entre as equipes e a construção de um ambiente seguro para que os colaboradores tenham mais acesso às informações estratégicas e à alta liderança da Tenda.

Liderança que fala, compartilha e age

Rodrigo Osmo, CEO da Tenda, está na empresa há quase 12 anos. Nas palavras dele: “Eu sou formado em engenharia química e apaixonado pelo propósito de desafiar o impossível para todos conquistarem seu lugar no mundo. Em 2012 assumi o cargo de CEO da Construtora Tenda, em um dos momentos mais desafiadores de sua história”.

Ciente do tamanho da responsabilidade, e do desafio, de liderar uma empresa que realiza diariamente alguns dos maiores sonhos dos brasileiros, Osmo se propõe a, regularmente, dividir com os colaboradores da Tenda o cenário onde a companhia se encontra e se aproximar dos coordenadores e gerentes por meio de diversos encontros.

A “All Hands Gerentes” é uma reunião mensal, liderada por Osmo, que reúne toda a diretoria e gerência da Tenda para a apresentação de dados, resultados e atualizações da empresa. Semestralmente, também acontece a “All Hands Coordenadores”, uma forma de a coordenação se aproximar do CEO e tirarem suas dúvidas.

Todo fechamento de trimestre, momento focado em olhar para a saúde financeira da empresa, acontece a “Live de Resultados”, onde Osmo apresenta os resultados do trimestre anterior, ao lado do líder da área de Relações com Investidores, Luiz Mauricio. A live, direcionada aos investidores, também é divulgada internamente, para atualização de todos os colaboradores. Depois da live, os gerentes são chamados para uma reunião onde a caixinha de perguntas e comentários é aberta e todas as dúvidas podem ser compartilhadas e respondidas por Osmo e Mauricio.

O CEO também envia, depois da live de resultados, a “Carta do CEO”, uma carta digital, escrita e assinada por ele, para trazer sua visão e opinião sobre os resultados do trimestre, além de traduzir os termos técnicos e financeiros para a linguagem Tenda, tornando o que foi falado durante o encontro de RI acessível para todas as equipes. A carta é a aproximação que o colaborador precisa para se atualizar e entender a fundo os resultados trimestrais da Tenda.

Para completar os encontros mensais, ainda acontece o “De Frente Com a Gente”, live com intuito de aproximar a diretoria dos demais colaboradores para além dos papéis corporativos. A cada mês, um diretor ou diretora é convidado para um papo descontraído, onde pode trazer histórias da sua vida pessoal, trajetória de carreira, curiosidades e compartilhar seu lado B com as equipes da Tenda.

Planejar é contar com toda a equipe, para toda a equipe

Os encontros mensais e trimestrais são essenciais para que a sociedade atual de colaboradores da Tenda esteja atenta ao que está acontecendo hoje, no presente. Mas é claro que o trabalho de mutualismo não estaria completo se todas as equipes não se envolvessem na construção do futuro da empresa, contribuindo para sua evolução.

Para isso, encontros anuais com foco em planejamento estratégico e metas para o próximo ano também fazem parte da agenda dos times. O “Encontro Gerencial” é a agenda que reúne os gerentes para sintetizar o que aconteceu no último ano e traçar a estratégia para o ano que se aproxima.

Completando as agendas de encontros, ainda temos o “Recalculando a Rota”, reunião também anual das lideranças de Operações para avaliação do último ano e definições estratégicas de atuação para o ano corrente, e o “Workshop de Negócios”, que reúne as lideranças de Negócios da Tenda para desdobramentos de ações e alinhamento de objetivos.

Não é uma tarefa simples manter um organismo vivo e saudável, tão complexo e tão relevante no cenário nacional, de forma sustentável, apoiando os indivíduos em momentos desafiadores e despertando diariamente o sentimento de que cada colaborador faz a diferença e é responsável pelo resultado final do que a Tenda representa. É uma tarefa que exige dedicação de tempo, disponibilidade, escuta ativa e comunicação. O resultado de tamanho comprometimento é a certeza de que não somos nem funcionamos como relógios. A não ser que seja a hora do Happy Hour da semana.